quarta-feira, 24 de outubro de 2007

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O Teatro português antes de Gil Vicente===O teatro português não nasceu com Gil Vicente. Esse mito, criado por vários autores de renome, como [[Garcia de Resende]], na sua ''[[Miscelânia]]'', ou o seu próprio filho, Luís Vicente, por ocasião da primeira edição da "Compilação" do obra completa do pai, poderá justificar-se pela importância inegável do autor no contexto literário pensinsular, mas não é de todo verdadeiro já que existiam manifestações teatrais antes da noite de [[7 de Junho7]] para [[8 de Junho]] de 1502, data da primeira representação do "Auto do vaqueiro" ou "Auto da visitação", nos aposentos da rainha.
Já no reinado de [[Sancho I de PortugalSancho I]], os dois actores mais antigos portugueses, Bonamis e Acompaniado, realizaram um espectáculo de "[[arremedilho]]", tendo sido pagos pelo rei com uma doação de terras. O arcebispo de Braga, [[Dom Frei Telo]], refere-se, num documento de 1281, a representações litúrgicas por ocasião das principais festividades católicas. Em 1451, o casamento da infanta Dona Leonor com o imperador [[Frederico III da Alemanha]] foi acompanhado também de representações teatrais.
Segundo as crónicas portuguesas de [[Fernão Lopes]], [[Zurara]], [[Rui de Pina]] ou Garcia de Resende, também nas cortes de [[João I de PortugalD. João I]], [[Afonso V de PortugalD. Afonso V]] e [[João II de PortugalD.João II]], se faziam encenações espectaculares. [[Rui de Pina]] refere-se, por exemplo, a um "momo", em que Dom João II participou pessoalmente, fazendo o papel de "[[LohengrinCavaleiro do Cisne]]", num cenário de ondas agitadas (formadas com panos), numa frota de naus que causou espanto entrando sala adentro acompanhado do som de trombetas, atabales, artilharia e música executada por menestréis, além de uma tripulação atarefada de actores vestidos de forma espectacular

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